quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O primo que não era o Basílio.

Tinha só seis anos quando foi brincar lá fora. De tanto brincar lá fora ficou adulto antes da hora. Adultou-se. Adulterou-se. Se deixou adulterar. Culpou-se. Inocentou-se. Se deixou de culpar. Me perdi Não sabia mais quem era Se era ele, era ela Que era ele, sabia Mas lá fora era ela Deitado era ela. De bruços era ela E assim foi, desde o dia que foi brincar lá fora

Do que pensei

Queima o bêbado vagabundo. Anda por aí bacanal. Profana até o amor carnal. Fode sem pudor para curar sua mágoa. Pedro, Felipe, Jorge. Gozou! Gozaram! Este é um conto, curto e sem fim, que não presta contar. Um copo, dois corpos, três porcos. Um menage. No próximo ele acerta. No próximo ele paga. Um dia ele apaga. Um dia o conto acaba.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

20

Seis boas-noites, cinco bons-dias, boas trepadas.
Cento e vinte posições, carinho no cabelo, pelos.
Três bons anos, dois dias ruins, gemido forte.
Cento e vinte ligações, chamadas rejeitadas, apelos.
Cento e vinte promessas, mentiras contidas, gozadas.
Cento e vinte opções, duas histórias, duas cores.

Cinco mil e quarenta planos, carinho no cabelo, tesão.
Três boas horas,cigarros queimados, duas garrafas, sexo.
Cinco mil e quatrocentos sonhos, raiva contida, desejo.
Cinco mil e quarenta opções, dois tons, corpos no chão.
Cinco mil e quarenta horas, sem carinho, só um cigarro, amor.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Nego atrevido

Não me atrevo a me negar e a me omitir e a me esquecer

e me atrevo a me atrever e me prender me desprender mesmo perdendo


não me nego a ser nêgo e a negar a quem me nega

E me nego a negar que sou nêgo e que nego até não negando


não me venha atrevido me negando me omitindo

e dizendo o que dirá e não diz que eu to sabendo



tá, eu sei



eu me omito a te esquecer e atrevo a te querer e te nego te perdendo

Mas me diz que ta sabendo e não me negue e me prenda e não me esqueça

que eu sou nêgo atrevido e digo e nego e sei e lhe digo: não te quero!