quarta-feira, 28 de julho de 2010

13

Sei que você não vai querer ler isso, mas vai acabar lendo. Sei também que você vai ficar bravo comigo; mas sei que você precisa saber de tudo. Eu vou embora, meu amor, eu vou te deixar e é porque eu quis. É porque eu sou egoísta e é porque eu preciso ter outros amores.
Estou partindo amanhã ou depois. Sei que vou e não sei quando volto; mas, querido, preste atenção: você não foi em vão! você foi aprendizado, vivência e bem-querer durante todo o tempo que passamos juntos. No juízo final que diferença farão nossas míseras horas juntos frente as outras horas com meus amores proibidos? Um dia tudo se iguala, mas enquanto isso não acontece eu continuo pensando em você como minha maior paixão "temporinha." E quando você estiver olhando pro horizonte e me ver sumindo, sumindo e quase dando a volta no nosso mundo, pense que eu estarei lembrando, relembrando e revivendo, em minha lembrança, os mesmos olhares, gestos e beijos. Noventa anos passarão e seus beijos não.
E chego ao fim dessa minha retratação, parecendo um canalha, mas no fundo sou humano, amor. Humano que carrega aquele gostinho de satisfação, de missão cumprida, de página virada. E isso pode tanto significar o fim, mas também um começo. A vida é muito cruel, meu anjo, se você não ver um lado bom pra cada rasteira que ela nos dá, morrerá de depressão e não fará ninguém feliz.
você não é a primeira que deixo, pelas circunstâncias da vida, e não vai ser a última. Pode não parecer, mas as cosas pra mim são mais difíceis, eu sou muito frágil, muito sensível, logo, teorizo tudo e, ao ganhar uma pessoa, já vou pensando em um jeito de perdê-la ou deixá-la. Vou sofrendo aos pouquinhos porque acho melhor a sofrer tudo quando você virar as costas e for embora. Ainda vai doer mais do que agora, mas menos que depois de um dia, dois, três e assim por diante.