quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Ela passa na praça que olha por ela
Caminha serena na praça, a pequena
O sorvete que leva derrete-se ao sol
que queima sua pele e se derrete em sal

Ela olha pra praça com os olhos nela
O batom se apaga e atenua o tom
do vermelho do pano vestindo, a pequena
Sua alma é quente e sua pele morena

O padre passando pregando então peca
O marido fiel barganhando despenca
A beata, que santa não é, de inveja se aperta
aos sete ventos abomina e com a alma admira

O sol que a ilumina queima suas melenas
O sorvete que derrete é o leite das crianças
O pano que veste sua pele é chita, apenas
E o olhar brilhando ao futuro, de esperança

Os ventos que batem não atingem lucena
A morena que bate no vento se vai
É mãe mulher é fera é Helena
Segue vendendo sorvete, a pequena

Um comentário:

  1. Um belíssimo poema em homenagem ás Lucenas que por aí vivem esquecidas e desamparadas por muitos.....=/

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